sexta-feira, junho 14, 2002

INDIFERENÇA



O meu tolo sangue vão
empossado desse chão
das entranhas da terra
finge ser só uma poça
ocasional nesta guerra.

O sol inda há de secar
toda lágrima vertida
o tempo há de apagar
toda mazela da vida
toda tristeza do olhar

esse sangue já pisado
não permite enxergar
aquilo que um belo dia
me deu tudo nesta vida
hoje se faz por findar
e vai agora, sim, secar.

de tão longe teu ouvido
de distante o teu olhar
de tão pouco se falar
a propositada ausência...

Este ser hora insepulto
o corpo inerte do morto
nesta vida de andança
preferiu não mais ficar

bem baxinho a soluçar
retirou nossa aliança
junto dela a esperança
sorriu como uma criança
e deixou de respirar

Sem saber que não devia
desta forma protestar
expôs a fria presença
e escolheu por se trocar
só por tua indiferença.

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