sexta-feira, junho 14, 2002


Aquela estrela solitária
presa ao céu
como a cabeça
de um alfinete de ouro
reluz enfeitando da noite o véu
Se revelando um distante tesouro
mostrando comigo
uma certa afinidade.
Sim, porque me sinto como ela
andando só,
preso a esta imensa cidade.
Cada prédio,
uma constelação
cada janela
ostentando uma luz
Cada luz,
emitindo um pouco de solidão.
Nas ruas, os carros,
potentes faróis multicores,
tantos brilhantes sóis
e no entanto, certamente
todos eles estão
fugindo dessa imensa escuridão.
Quanto mais gente reunida
mais companhia perdida.
Ah, gente...
Que coisa maluca, o ser humano!
Que estranha condição!
Se aglomera na cidade
e se afasta, na realidade.
Estar junto e fingir que não
Ignorar a semelhança
valorizar a diferença
na grande e ilusória crença
que a soberba, orgulho e ostentação
São remédios para a solidão.
E todos sabemos de antemão
que são meros placebos,
e não resolvem, não!

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